Isenção de vistos não chega para promover turismo de Angola

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Decreto que isenta cidadãos de 98 países de vistos de turismo para entrar em Angola entrou em vigor há três meses. Mas é preciso melhorar a acessibilidade e segurança para impulsionar o turismo, lembra economista.

Há três meses, Angola emitiu um decreto que isenta cidadãos de 98 países de vistos de turismo para entrar no país. A medida enquadra-se na estratégia da diversificação económica, com uma forte aposta na promoção do turismo.

Da lista de países beneficiários constam 14 países africanos, 35 europeus, oito países do continente americano, 14 da Oceânia e 16 das Caraíbas.

Para Jorge Pedro, empresário do setor hoteleiro, estas facilidades administrativas são um sinal de abertura e de mobilização de potenciais visitantes. “Neste momento, Angola está a dizer ao exterior que quer receber turistas, quer que as pessoas venham a Angola. E este é o primeiro fator positivo”, considera.

“Antes tínhamos sempre um conjunto de contingências, um conjunto de burocracias”. lembra o empresário. “E se já tínhamos algum nicho de turistas ou potenciais interessados, neste momento, estamos a fazer com que aumente o número de potenciais interessados e podemos vir a ter uma demanda maior”.

Problemas por resolver

Mas nem tudo vai bem. O economista Pedro Fernando entende, por exemplo, que a isenção de vistos deve ser acompanhada da criação de condições que impulsionem o turismo, já que “administrativamente, simplificar a questão dos vistos não significa, necessariamente, que já temos condições favoráveis para fazer o turismo, não”.

“Muito pelo contrário”, diz o economista. “Precisamos de resolver as questões internas a nível da acessibilidade, a nível da mobilidade, a nível da segurança, para que as pessoas que visitam Angola se sintam confortáveis para fazer investimentos, para deixarem aqui as suas receitas”.

No início deste ano, a cadeia televisiva norte-americana CNN colocou Angola na lista dos principais destinos turísticos do mundo. Porém, o turismo doméstico não é uma preferência dos angolanos, a começar pelas elites políticas.

Para o economista Pedro Fernando é chegada a hora de mudar isso: “Internamente, nós precisamos de olhar para o nosso país e descobrir as nossas potencialidades. E isso visa, sobretudo, garantir uma aposta mais assertiva no setor do turismo”.

Fonte: DW

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