PIIM transformou-se em instrumento de corrupção

PIIM: Preços das obras estão sobrefacturados
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A publicação dos custos das obras enquadradas no âmbito do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM), tem levantado questionamentos em vários sector da sociedade angolana.

De um lado, estão pessoas que suspeitam de sobrefaturação das obras em função e lembram a habitual falta de transparência na gestão da “coisa pública”, de outra, em número reduzido, vozes que defendem que os valores anunciados pelas autoridades estão ajustados à realidade do mercado.

Na última semana, o secretário da UNITA em Malanje, Mardanês Calunga, defendeu a participação dos cidadãos no acompanhamento e fiscalização das acções inseridas no PIIM.

O político que falava em conferência de imprensa sobre os aspectos da governação da província, disse ser urgente que todo o cidadão, independentemente da sua filiação partidária, se transforme num fiscal dos projectos do PIIM e inscritos no Orçamento Geral do Estado a nível local.

Fazendo isso, os cidadãos estarão a apoiar o combate à corrupção levado a cabo pelo Executivo.

Há dias, usando as redes sociais, o jornalista Sousa Jamba disse que o preço, anunciado pelas autoridades, de uma casa na Lunda Norte, estava três vezes acima de uma casa com as mesmas características na Aldeia Camela Amões – um projecto privado na província do Huambo.

Segundo as autoridades, cerca de 500 projectos estão inseridos no PIIM, em curso nos 164 municípios do país e registam uma execução física na ordem de 80 por cento. Até ao momento, referem, os projectos já consumiram cerca de 20 mil milhões de kwanzas.

No Facebook, onde habitualmente partilha as suas reflexões, o jornalista Ilídio Manuel questionou o facto de já se ter “torrado muito kumbú” sem que isso se reflectisse nas melhoria da vida dos cidadãos.

Preocupação sobre os desvios dos objectivos do PIIM é partilhada pelo jurista Lindo Bernardo Tito, para quem a corrupção é estrutural e não existe moral do poder central para fiscalizar os projectos.

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