Falência do Estado angolano

tecnicamente o país está falido.
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O professor de Macroeconomia, Yuri Quixina, duvida que o conselho de concertação económica, anunciado pelo Presidente João Lourenço, no encontro com a sociedade civil, dê resultados.

Nos seus habituais comentários, de terças feira, na rádio Mais, o economista elogiou a iniciativa de João Lourenço chamar a socidade civil, mas mostrou desacordo com o formato, que para ele, seria uma conversa do chefe do Executivo com os seus convidados.

Segundo Quixina, o anúncio da criação do conselho de concertação económica, de acordo com o discurso o Presidente da República desperta um detalhe que aponta para a evolução de um grupo já existente. “Não se trata de algo novo”, sublinhou, acrescentado que pelo que se pode ler, a coordenação desse conselho será do chefe da equipa económica, o que “retira o carácter tradicional de órgãos semelhantes lá fora, cuja coordenação é independente”.

“Mas o outro problema é o timing, que pressupõe jogo político. Faltam dois anos e meio para as próximas eleições presidenciais. Um verdadeiro conselho económico, e não um grupo de associações empresariais, teria lugar no início do mandato, para avaliar e criticar as políticas públicas do governo. Nesse estilo será muito difícil.”

Yuri Quixina, criticou o discurso do Presidente apresentado no encontro e deplorou o facto do petróleo ser sempre apontado como causador das políticas do governo.

“Esse discurso na área económica é um filme repetido. Já ouvi em 2015 e o suspeito do costume continua a ser o petróleo. O causador dos erros das políticas do governo é o petróleo. Agora aumentamos a Covid-19. O discurso demonstrou que o Presidente assumiu que tecnicamente o país está falido.”

Outro indicador da falência técnica, referiu, é a renegociação da dívida, porque não tem como pagar. “Renegociar dívida é como cair da frigideira para o fogo. Mais um dado: o Presidente deu-me razão quando eu disse que todos os programas do governo estavam desactualizados, na medida em que anunciou a revisão de todos, incluindo o OGE.”

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