João Lourenço participa em reunião presidencial de emergência sobre a cólera em África

O Presidente da República e atual Presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, participou esta terça-feira numa reunião presidencial de emergência dedicada ao combate ao surto de cólera que aflige vários países africanos.

O encontro, realizado virtualmente, foi promovido pelo Presidente da Zâmbia, Hakainde Hichilema, na qualidade de campeão da União Africana para a luta contra a cólera, com organização da África CDC (Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças).

A reunião contou com a presença de diversos Chefes de Estado e altos dirigentes, incluindo Félix Tshisekedi (RDC), Netumbo Ndaitwah (Namíbia), John Dramani Mahama (Gana) e Lazarus Chakwera (Malawi), além do Diretor Geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Durante o encontro, os líderes africanos apontaram o recrudescimento da cólera como consequência da falta crónica de investimentos em infraestruturas de saúde, saneamento e água potável. Houve consenso de que o continente africano deve rejeitar a normalização da cólera como uma realidade inevitável.

João Lourenço defendeu uma resposta estrutural e sustentada à crise, destacando que “a cólera é muito mais do que uma emergência sanitária, representa um grande obstáculo ao nosso desenvolvimento económico, social e humano”. O Presidente angolano sublinhou a necessidade de transformar a crise numa oportunidade para resolver deficiências históricas, com foco no investimento em infraestruturas e na produção local de medicamentos e vacinas.

Angola tem enfrentado desde o início do ano um novo surto da doença, com mais de 24 mil casos e 718 óbitos registados até 2 de Junho. Segundo Lourenço, graças a medidas emergenciais tomadas pelo governo, já se observam melhorias em várias províncias do país.

“É fundamental localizarmos a produção de medicamentos e vacinas no nosso continente. A dependência de importações externas compromete a nossa soberania sanitária”, afirmou o estadista angolano, apelando a uma solidariedade continental traduzida em ações concretas.

A reunião terminou com um apelo unânime dos líderes presentes para que se fortaleça a capacidade interna de resposta dos países africanos às crises sanitárias, com João Lourenço a sublinhar que este é o momento de garantir “um futuro de dignidade, saúde e prosperidade para todos os nossos povos”.

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *