Angola: uma propriedade privada

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Em pouco menos de três anos de governação de João Lourenço, Angola continua atolada nos entulhos da velha herança de corrupção. Nada mudou desde 23 de Setembro de 2017, altura em que o General decidiu assumir a pasta de Presidente do País, tendo por bandeira a luta contra corrupção e o nepotismo.

Angola não se salvou da corrupção, nem sequer da tirania e ditadura que fazem a cor do seu poder. Todas as condições sociais do povo angolano, e até a saúde económica do País, agravaram – se desde que João Lourenço passou a dirigir os destino da nação angolana, estando o sonho do jovem cada vez mais acéfalo e dependente de um futuro desconhecido que só se encontra nas promessas, mas na acção está muito longe de ser efectivo. Sofre – se tanto hoje, que duvida – se de que Angola um dia irá mudar para o melhor.

O pior de tudo o combate à corrupção só serve para punir o passado, e punir os peixinhos do presente, enquanto isso, tubarões e baleias continuam a consumir tudo que era do povo, até já pretendem comprar a Sonangol e passarem a ser os favoritos dominadores do País. Angola, em breve, pode – se tornar numa empresa privada, e deixar de ser do povo angolano, os mesmo chamados em marimbondos são os únicos que comprarão tudo, mas tudo, deixando o País vazio de acções, passando o povo a ser um povo escravo de seus próprios líderes.

O que tanto nos preocupa é que o combate a corrupção não está a salvar o País da mesma corrupção, enquanto se ataca o passado, milhares e milhares de cidadãos aos nossos dias atiraram – se para fazer corrupção começando pelos líderes do País, ou seja, por aqueles que detêm o poder e são os Donos Disto Tudo.

Nesta estrutura de poder de condição imperial, que se quer transformar Angola numa propriedade privada, como diria o filósofo italiano Georgio Agamben, a democracia não existe, a não ser como clichê de propagandas políticas. Aqueles que são cúmplices de um passado de corrupção, são os mesmos que estão a tomar conta de tudo que era do País, onde hoje, muitos dos quais, já pretendem comprar o País e deixar Angola como se fosse uma propriedade privada.

Quando se observa senhores com processos judiciários em Portugal, cuja justiça angolana dizia ser capaz de levar avante o mesmo processo em Angola, hoje, totalmente livres, ainda gabam – se de estarem dispostos a comprar o País todo, é sinal de que, Angola já se fez numa propriedade privada, deixando de ser País dos angolanos.

Apesar de, por definição constitucional, João Lourenço ser o vértice superior da pirâmide do Estado, na prática ele goza de atributos idênticos ao de um monarca dos regimes históricos:         “Eu sou o Estado, proclamava o Rei Luís XIV de França”. João Lourenço, por certo, compraz – se em pensar o mesmo de si próprio.

Nada se faz sem o seu beneplácito. Ao nomear alguém para uma pasta ministerial ele age como se estivesse a distribuir uma prebenda. As regras de escolha são unicamente ditadas por critérios de confiança pessoal, amizade, ainda por conveniência de grupos influentes dentro da estrutura da administração, e igualmente por razões de fidelidade partidária a grupos pró – lourencistas, e jamais por critérios de mérito, carreira profissional, competência individual e demais qualidades que caracterizam cada um dos indivíduos à nomear.

Por isso, os eleitos, limitam – se a fazer tanta corrupção que é a arte que trazem desde o passado, enquanto atiram – se contra o passado, fazem da corrupção num belo paraíso, vivem do bem e do melhor, ao passo que o povo vive três vezes pior que na era colonial.

João Lourenço dispõe da máquina como extensão do seu poder pessoal, aliás, é sua propriedade pessoal, ele é quem dita as regras, mas ninguém deve nos enganar pelo seguinte: “Angola é um carro velho, completamente estragado que mudou de motorista que tem os mesmos hábitos e vícios do passado.” Toda corte de funcionários apadrinhados, e escolhidos por favoritismo, em todas estrutura do Estado limita – se à cometer variados erros, mas no entanto, o silêncio do Presidente da República face as falhas dos incompetentes que foram colocados nas estruturas do Estado por compadrio é colossal.

Todos os ministérios agruparam – se amigos favorecidos por ligação familiar ou de outra espécie, simplesmente para impor uma ordem pessoal e particular para o seu bem – estar individual. Elegem – se uns aos outros e o País continua perdido no lamaçal da incompetência caduca e de uma corrupção descomunal. Não se sabe até então, um único Ministro ou Governador actual que tenha sido chamado por cometer corrupção, as lições da velha guarda são o remédio para salvar o País da corrupção, assim, quem fizer corrupção em Luanda irá para o Uige, e quem cometer no Ministério como ministro ou Chefe de Estado irá para o cargo de Governador, é assim que a máquina funciona, corrupção tornou – se numa arte preciosa.

Não se duvida que nas direcções de escolas e institutos profissionais há excessos de corruptos que fazem do ensino numa mercadoria a venda, enquanto isso, em propaganda o Estado proclama a mudança de paradigma do País rumo ao progresso, com corruptos centrados na estrutura basilar do Estado. O Estado angolano é um sistema de súbditos, em que as vozes do povo angolano sofredor silenciaram – se. O Estado segundo Jean – Jacques Rousseau, subsiste apenas, (…) por uma forma vã e fanática, já que em todo o coração do povo angolano, se desfez o laço social de salvar ou seja satisfazer os interesses do povo como eram os ditames de António Agostinho Neto.

Angola, desde que vê – se dirigida por um homem de leme que dizia ser a mudança e o dirigente de uma Nova Angola, passou à deparar – se com situações extremamente deficitárias, toda sociedade passou a ser vítmia de um período de crise infindável. O Estado ficou completamente impotente no que diz respeito à respostas à serem dadas à cada situação à ser apresentada pelo povo, até parece um povo que está numa terra sem Estado, sofre mais que viver, e sobrevive por mais um dia, do mal que tem que vir pelo dia seguinte. O poder rasgou todos os contratos de responsabilidade social que os terá assinado em 2017.

A corrupção, a defesa dos que pilharam o País e em nada ajudam para o preservar nos termos de grandeza e progresso, a fraude, o nepotismo, e o favorecimento de amigos e compadres alastrar de forma caótica em todos os patamares públicos. Julgam – se gatunos de galinha e de botijas, enfermeiros, polícia da rua, vendedores ambulantes, quinguilas, enquanto isso, os ditos ladrões de gabinetes e de fato e gravata, dão o nome de uma burla feita ao Estado angolano de uma gralha técnica. Para os quais, aquilo que fere o Estado e os seus direitos é apenas uma gralha técnica e mais nada.

Os negócios do Estado passaram à ser negócios privados de pessoas do regime, os bens públicos são deslapidados por uma classe de poderosos que, sem nenhuma pinga de patriotismo, vai acumulando riquezas secretos no exterior. Viciaram – se a ofender a honra de José Eduardo dos Santos e tratá – los com os adjectivos mais vãs enquanto isso, são eles os piores corruptos da actualidade que só os falta recebem Óscar da corrupção mundial.

Enquanto muito se atenta contra Isabel dos Santos e os seus comparsas, o Estado e os seus dirigentes não perdem o tempo em burlar ao olho num o povo angolano, lembra – se que, na província do Cuando Cubango, um morro de vedação para uma casa de idosos, chega a ser mais caro que a muralha da china, cerca de 142 milhões de kzs. Esse murro custou mais que o morro de Berlin. Com 25 casos de covid – 19, nos quais registaram – se duas mortes, com mais de 500 testes realizados, e, aquisição de 21 ventiladores, o País já consumiu dos cofres do Estado angolano, mais de 10 milhões de USD. Enquanto isso, o Governo de Portugal, com o elevado número de casos testados, até agora, perto de 854 pessoas morreram da doença, com mais de 22.797 casos positivos, mais de 1.228 pessoas curadas.

Desde 1 de marco para cá os portugueses realizaram mais de 110 mil testes. Portugal tem uma testagem de cerca de 10.500 amostras processadas por milhão de habitantes, coisa que não dá para comparar com Angola que tem apenas 25 casos positivos e apenas duas mortes, perto de mil indivíduos testados, e, mais de 10 milhões de dólares gastos. Portugal, até aqui, gastou apenas 4 milhões de dólares e Angola gastou dez milhões de dólares. Portugal comprou na china equipamentos de protecção individual e colectiva, testes e ventiladores mecânicos.

Não se pode aceitar que, um País que realizou apenas perto de 1000 testes e diagnosticou 25 pessoas, das quais 2 morreram, 6 recuperou, gaste mais de 10 milhões de dólares. Um doente infectado por covid – 19 em Angola paga uma fortuna para se salvar desse mal tenebroso, cerca de . Até em aspectos que representam uma catástrofe contra a humanidade, como é o caso da covid – 19, os homens não perdem tempo em fazer corrupção e encherem os seus bolsos. É realmente neste estado de coisas feitas de corrupção que o barco angolano pôs – se a navegar novamente para a famosa Nova Angola, que afinal, de contas, não é nova, é a mesma Angola do passado onde mudou apenas o motorista, e o veículo continua sendo o mesmo, com problemas ainda pior que o passado, e um condução penosa e perigosíssima.

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