Angola “paraíso do Hezbollah”

Angola “paraíso do Hezbollah”
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As ligações de empresas angolanas ao financiamento do movimento xiita Hezbollah tem feito com que Angola seja encarada no ocidente como um país que se tornou  “numa base ” deste grupo terrorista libanês.

Os libaneses  começaram a franquear as fronteiras de Angola na década de 80. Primeiro vieram sozinhos. O «trading» era o que estava a dar porque havia falta de tudo. O mercado era propício ao sucesso de grandes negócios. Com o circuito de abastecimento alimentar então controlado pelo Estado completamente desarticulado, um verdadeiro cartel de empresas libanesas aproveitou as  debilidades do sector e passou a controlar desde aquela época, o fornecimento, por grosso, dos bens alimentares.

A maioria dos libaneses presentes em Angola é proveniente do antigo Zaire e da Serra Leoa. A actividade de alguns deles nem sempre é  bem vista. Por isso, muitas vezes são  acusados de utilizarem o comércio grossista para se envolverem em operações de lavagem de dinheiro, com a cumplicidade de altos responsáveis angolanos.

Com fortes ligações ao poder, empresas como a  Angoalissar,  Atltas Grupo e outras, detidas por libaneses, movimentam anualmente muitos bilhões de Kwanzas.

A comercialização de carros, materiais de construção e de mobiliário importado de Portugal, China e Turquia, faz igualmente parte do “cardápio” dos empresários libaneses, que também já têm os seus tentáculos ao negócio de diamantes.

No topo da pirâmide, está um libanês especial: Ramzi Klink, representante da Dar-Al-Handasah, uma das mais qualificadas empresas mundiais de estudos e projectos de engenharia e fiscalização e membro da FESA – Fundação Eduardo dos Santos. Os libaneses só não estão na agricultura e nos petróleos…

“Terroristas Globais”

Em 1990, o libanês Mohamed Tajideen, de 63 anos, instalou-se em Angola onde criou a sua primeira empresa. Tajideen é filho de Kassim Tajideen, um belga com cidadania americana.

Kassim e os irmãos, Ali e Husayn Tajideen, construíram um negócio familiar que se tornou um império na criação de aves, venda de arroz, propriedades e construção. Ali foi um antigo comandante do Hezbollah, segundo os EUA, enquanto Husayn é qualificado como um grande contribuinte e angariador de dinheiro para o Hezbollah.

Quando os irmãos foram acusados, pelos EUA, de auxílio ao terrorismo em 2010, reestruturam o seu império multimilionário para esconder o papel de Kassim – já considerado “terrorista global” pelos EUA – que operava uma importante rede em Angola e no Líbano e que contribuiu com dezenas de milhões de dólares para o Hezbollah (o Partido de Deus).

Os seus interesses incluíam as empresas de direito angolano “Golfrate Holdings Lda”, “Afri Belg Comércio e Indústria Lda”, e o “Grupo Arosfran – Empreendimentos e Participações S.A.R.L”, todas elas designadas pelo Departamento do Tesouro norte-americano como entidades financiadoras de terroristas.

Segundo o Comité dos Negócios Estrangeiros dos EUA, era o proprietário da empresa Infornet , que vende equipamentos eletrónicos, brinquedos e acessórios diversos em Luanda.

“Quem poderia imaginar que terroristas procurados do Hezbollah poderiam refugiar-se em Angola e que este país africano se tornaria o centro mais importante para os financiadores do terrorismo islâmico, de onde, através de empresas de conveniência, acumulam milhares de milhões de dólares com todo tipo de tráfico ilegal que varia do tráfico internacional de drogas a diamantes sangrentos”, lê-se num relatório elaborado pela activista judaica Paola P. Goldberger de Outubro de 2018.

“E ainda é assim!”, reitera. “Os serviços secretos ocidentais monitorizam as actividades do Hezbollah em Angola há algum tempo e o que descobriram mostra que os terroristas libaneses também usam a América do Sul para seus negócios obscuros”.

*Com Expresso

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